Tenho uma sombra que me acompanha
Sempre que pulo ou vou a correr.
E é parecida demais comigo!
Mas pra que serve não sei dizer.
O que me espanta, na minha sombra,
É como cresce, tão de repente.
Não cresce aos poucos, se espicha toda
Ou então se esconde, subitamente.
Faz-me de tolo de mil maneiras,
Pois ignora como se deva brincar.
E é tão covarde! Nunca me deixa,
Sempre está perto a me assustar.
Um dia destes me levantei
Da minha cama muito cedinho
Pra ver as flores, ainda orvalhadas,
Que se espalhavam pelo caminho…
E a minha sombra? Que dorminhoca!
Ficou deitada mais um pouquinho…