O Ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, declarou em entrevista ao programa de economia Miriam Leitão da Globo News, exibida no último dia 26 de maio, que criará programa nacional inspirado no Primeira Infância Melhor (PIM). A declaração foi dada quando questionado sobre o PIM, programa que foi responsável pela criação no Rio Grande do Sul em 2003.
Abaixo segue o trecho da entrevista:
Jornalista Flávia Oliveira– O senhor foi Secretário de Saúde no Rio Grande do Sul e implementou um bem sucedido e muito bem avaliado programa de atenção à primeira infância. O que dessa experiência o senhor pretende levar para o ministério e eu também gostaria de saber se há algo sendo pensado em relação aos jovens brasileiros que estão submetidos à evasão escolar, à altas taxas de homicídios dos jovens negros, sobretudo; gravidez precoce nas meninas.
Osmar Terra – Nós criamos um programa que dura até hoje lá no Rio Grande do Sul. Tem treze anos, o programa chamado Primeira Infância Melhor. Por que Primeira Infância? A ciência descobriu nos últimos anos que os investimentos na primeira infância, os estímulos precoces nos primeiros três anos de vida organizam as competências humanas. Então, essas crianças bem estimuladas vão ter uma escolaridade maior que os seus pais.
Nós queremos colocar em todas as famílias que tenham criança pequena no Bolsa Família, um programa de acompanhamento, em casa, do desenvolvimento infantil. Além da creche, além de ampliar o que se chama hoje de Brasil Carinhoso, que é um dos programas do ministério; mas é fazer com que haja um acompanhamento em casa por um visitador capacitado, especialmente capacitado, para acompanhar e ensinar a família como estimular melhor aquela criança, até pra detectar depressão materna, violência doméstica que prejudica muito o desenvolvimento da criança.
Então, essas crianças tendo maior escolaridade, tendo uma profissão melhor que a de seus pais, melhor remunerada, ela ajuda a família a sair da pobreza. A longo prazo, essa é grande saída que tem. Então, nós estamos calculando que pode chegar a 4 milhões de crianças dentro do programa. Às vezes é mais de uma por família. Então a gente calcula que uns três milhões de famílias terão que ter esse acompanhamento. Nós vamos começar a implementar este ano para ver se até 2018 chegamos ao conjunto das famílias.
Outro destaque da entrevista foi o futuro do Bolsa Família que, segundo o Ministro, vai continuar com aperfeiçoamentos para ver quem precisa realmente do programa. “Nós precisamos de alguma forma regular para poder usar o recurso para quem mais precisa. Tem 2% da população que está fora do radar do programa e precisam ser localizados”, afirmou.
Assista à entrevista na íntegra a seguir: